Uma pesquisa brasileira publicada no Jornal of Periodontology revelou que a periodontite aumenta em até quatro vezes o risco de uma pessoa  ter níveis de triglicerídeos no sangue maior do que o tolerado. Esse estudo aponta que os pacientes com periodontite crônica têm níveis elevados de LDL (colesterol “ruim”) e  diminuição dos níveis de HDL (colesterol “bom”), o que aumenta os riscos de desenvolvimento de aterosclerose.

O que é periodontite?

A  periodontite é uma doença infecto contagiosa, causada por bactérias e transmitida entre pessoas que as possuem. A doença periodontal é a evolução da gengivite, porém ao contrário desta, seus efeitos são irreversíveis. A gengivite caracteriza-se por uma inflamação reversível  da gengiva que acontece devido ao acúmulo de biofilme dental (“placa”)  após um período de pelo menos 7 dias sem a correta higienização dos dentes. Com uma correta escovação e/ou limpeza é possível remover esse biofilme e a gengiva voltar a sua condição de saúde.

Caso a gengivite não se resolva e ocorram outros fatores para o desenvolvimento da doença, a inflamação gengival passa aos tecidos periodontais, causando a periodontite. 

Os tecidos periodontais são os responsáveis pela fixação dos dentes nos maxilares e, sem eles, o dente acaba perdendo sua sustentação. A perda dessa sustentação origina um dos maiores sinais da doença perodontal que é a mobilidade dental (“dentes moles”).

Além de deixar sequelas bucais, a periodontite também vem sendo relacionada com desenvolvimento de endocardite bacteriana, partos prematuros e óbitos neonatais associados a sepsis do recém nascido. 

O que é aterosclerose?

Aterosclerose é a doença inflamatória crônica na qual ocorre a formação de ateromas dentro dos vasos sanguíneos. Os ateromas são placas, compostas especialmente por lipídeos (triglicerídeos) e tecido fibroso, que se formam na parede dos vasos. Levam progressivamente à diminuição do diâmetro do vaso, podendo chegar a obstrução total do mesmo. A aterosclerose em geral é fatal quando afeta as artérias do coração (infarto) ou do cérebro (acidente vascular cerebral – AVC).

Em 1992, apenas nos Estados Unidos, ela foi responsável por quase 1 milhão de mortes – duas vezes mais que o câncer e dez vezes mais que acidentes. Apesar dos importantes avanços da medicina, a doença arterial coronariana (a qual é decorrente da aterosclerose e causa do infarto do miocárdio) e o acidente vascular cerebral aterosclerótico são responsáveis por mais mortes que todas as demais causas combinadas.