A escova dental é o principal instrumento para efetuar a remoção da placa bacteriana. Sendo assim, é importante a orientação de um dentista sobre os cuidados que devem ser tomados para que uma contaminação cruzada seja evitada.

Os brasileiros usam, em média, a mesma escova o ano inteiro, podendo em alguns casos utilizá-la por cerca de um ano e meio ou até dois anos para serem trocadas. Existem também casos alarmantes onde as escovas são compartilhadas por vários membros de uma mesma família. 

Fazendo uma comparação com a Suíça, país referência em saúde bucal, existe um consumo de aproximadamente 12 escovas por ano, ou seja, as pessoas trocam de escova quase uma vez por mês.

O que é contaminação cruzada?

Contaminação cruzada é o termo científico usado para descrever quando um ou mais microorganismos (bactérias, vírus, fungos, etc) “passam” de uma pessoa para outra. Os microorganismos são transmitidos de uma pessoa para outra através de diferentes maneiras. A escova dental é uma fonte de contaminação cruzada quando, por exemplo, uma pessoa com cárie ou doença periodontal empresta sua escova para outra pessoa que é saudável do ponto de vista odontológico.

Na prática, uma pessoa que compartilha a sua escova está sujeita aos mesmos microorganismos daquelas que usam a escova. Se você possui cárie, você possui a bactéria que promove a cárie, sua escova possui a bactéria, e se, por exemplo, você escovar os dentes do seu filho irá transmitir a bactéria para a boca dele. Em condições favoráveis, a bactéria irá proliferar e gerar cárie nos dentes do filho.

Por isso é tão importante cada indivíduo possuir a sua escova dental e não compartilhá-la.

Como escolher a sua escova dental?

Segundo a American Dental Association (ADA), a escova dental deve ter a cabeça pequena e anatômica, cerdas arredondadas e de nylon, tufos com o mesmo comprimento, grande número de tufos e cerdas, leveza, impermeável a umidade, de fácil limpeza, de fácil manipulação, durabilidade e ainda ter um design agradável. As cerdas devem ser macias, com diâmetro muito pequeno e, de preferência, com mais de 5 mil cerdas.

A escova indicada deve principalmente ter cerdas macias e de mesmo tamanho. As escovas duras e/ou médias não devem de forma alguma ser utilizada na higiene dental. Elas só estão no mercado para utilização na higiene de próteses.

Escovas que oferecem múltiplas funções normalmente não cumprem o que prometem. E alguns modelos que foram proibidos pela ADA ainda são comercializados aqui no Brasil, por não termos regulamentações estabelecidas.

Na figura abaixo ilustramos como escolher a escova na sua embalagem. Note que o tamanho da cabeça na figura é 35, mas o tamanho 30 também é recomendável. Você irá saber o que é melhor no seu caso notando se consegue atingir o último dente sem incomodar. Se estiver grande não alcança o dente ou a escova “bate” no osso da maxila.

 

Escolha da Escova de Dentes

 

 

Como cuidar da minha escova?

Após a realização da higiene oral, a escova deve ser armazenada levando em consideração os seguintes cuidados: antes de se iniciar a higiene, as mãos e unhas devem ser muito bem lavadas e esfregadas com água e sabão; após o término da escovação, todas as superfícies da escova devem ser lavadas, de preferência com água corrente aquecida; deve-se remover o excesso de água da escova; é importante a aplicação em gotas de algum antisséptico bucal, preferencialmente a base de clorexidina á 0,12%, normalmente utilizados para bochechos; colocar o protetor de cabeça na escova que deve ter a sua parte interna também embebida pela solução antisséptica. A escova pode ser guardada dentro do armário fechado do banheiro, evitando encostar uma na outra. Antes da próxima escovação, a escova deve ser novamente lavada e enxaguada em água corrente para remoção dos resíduos.